A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Cuiabá deu início ao Jubileu dos Encarcerados com uma missa celebrada na Penitenciária Central do Estado (PCE), na última sexta-feira (30). A celebração marca a abertura de uma série de ações pastorais voltadas ao cuidado espiritual da população privada de liberdade. O arcebispo de Cuiabá, Dom Mário Antonio, foi acompanhado de membros da Pastoral, entre leigos e leigas, além de seminaristas, que se comprometeram com realização da Ação Pastoral, concedida primeira vez, na maior penitenciária de Mato Grosso.
A missa, presidida pelo arcebispo, contou com a participação ativa dos internos que, há anos, não recebiam à presença de Jesus Eucarístico em suas vidas. É o caso de um dos detentos, chamado Gleison, que tem previsão de ser liberto em 2027. Há 18 anos ele não comungava. Visivelmente emocionado, ele cantou e participou da celebração do início ao fim, com os mais de 100 internos que tomavam banho de sol no pátio do Raio escolhido.
“Fui catequista, era de grupo de jovem e de família católica. Perdi minha esposa, mas minha mãe, que ainda é muito católica, sempre vem me visitar. Se Deus quiser eu vou sair daqui para voltar a ir as missas com ela”, disse o detendo, com olhos marejados.
A tarde fresca da capital favoreceu a celebração e a interação do público, massivamente composto por jovens, que tomavam banho de sol. O momento foi de oração, escuta e partilha, reforçando o compromisso da Igreja com a dignidade humana e a presença junto aos marginalizados.
Durante a celebração, os organizadores destacaram que o Jubileu é tempo de reconciliação e esperança. Clayton, coordenador arquidiocesano, também esteve pela primeira vez na PCE. A iniciativa está em sintonia com o chamado do Papa Francisco para que o Ano Santo de 2025 seja vivido como uma experiência concreta de misericórdia. Apoiadora da Pastoral Carcerária, Ana Cláudia, luta apelos direitos dos encarcerados e reforçou o pedido de água de qualidade para os detentos, uma vez que o Ministério Público passa a acompanhar a situação.
Dom Mário, durante a celebração, deu a notícia aos presos sobre o falecimento do Papa Francisco. Eles ficaram surpresos com a informação e, ao mesmo tempo, alegres em saber que a Igreja possui um novo Papa, e que este, dá continuidade as ações pastorais do Ano Santo, que inclui o acolhimento aos encarcerados.
A Arquidiocese reforçou o apoio institucional às ações da pastoral, lembrando que a presença da Igreja nas prisões é parte fundamental de sua missão evangelizadora. Neste mesmo dia, padre Marcílio, que coordenador regional da Pastoral, esteve com outro grupo de pessoas na celebração da Santa Missa prevista para acontecer, no mesmo horário, na extensão do Presídio Capão Grande, em frente a PCE.
O Jubileu dos Encarcerados segue ao longo do ano com atividades em outras unidades prisionais da capital e do interior. Em Cuiabá, a programação pode ser acompanhada e ajudada por aqueles que desejam evangelizar os excluídos. É só entrar em contato com um dos membros e realizar a formação de preparação para visitação. Mais informações: 65 9 8131-1462
por 