Dom Francisco de Aquino Correia foi arcebispo, poeta, escritor e político brasileiro, conhecido tanto por sua atuação religiosa quanto por seu legado cultural e político em Mato Grosso. Natural de Cuiabá, foi o primeiro mato-grossense a integrar a Academia Brasileira de Letras, tornando-se uma figura de destaque não só na Igreja Católica, mas também na literatura e história do Brasil.
Dom Aquino é filho de Antônio Tomás de Aquino Correia e Maria de Aleluia Guadie Ley, ele iniciou seus estudos no Colégio São Sebastião e completou sua formação no Seminário da Conceição. Em 1902, ingressou na Congregação Salesiana e, após curso de filosofia e teologia em Roma, foi ordenado sacerdote em 1909.
Ao retornar ao Brasil, foi nomeado diretor do Liceu Salesiano de Cuiabá, função que desempenhou até 1914. No ano seguinte, aos 29 anos, foi consagrado bispo auxiliar de Cuiabá pelo Papa Pio X, tornando-se o bispo mais jovem do mundo à época. Em 1921, foi elevado ao cargo de arcebispo de Cuiabá, após o falecimento de Dom Carlos Luís de D’Amour, e recebeu o pálio arquiepiscopal em São Paulo. Sua atuação como arcebispo marcou profundamente a história da Igreja na região, promovendo a educação, a assistência social e o fortalecimento da fé católica entre os fiéis cuiabanos.
Além de seu trabalho religioso, Dom Aquino desempenhou um papel importante na política regional. Em 1917, foi eleito governador de Mato Grosso, com a missão de reconciliar facções políticas em conflito, e governou o estado entre 1918 e 1922. Durante seu mandato, Dom Aquino foi responsável por criar o atual Brasão de Mato Grosso e, em uma decisão controversa, cancelou um projeto de colonização envolvendo afro-americanos, refletindo as políticas de imigração seletiva da época. Ele também foi um grande incentivador da cultura e da literatura regional, ajudando a fundar a Academia Mato-grossense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, instituições que se destacam referências culturais no estado.
Sua relevância no cenário literário o levou à Academia Brasileira de Letras em 1926, ocupando a cadeira 34, onde foi recebido em 1927. Dom Aquino também foi presidente de honra da Academia Mato-grossense de Letras e presidente perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Faleceu em São Paulo em 1956, deixando um legado de fé, cultura e compromisso com o desenvolvimento social e cultural de Mato Grosso.
