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Dom Mário apresenta projeto social da Cáritas à primeira-dama do Brasil

Foto: Paula Lanza – Cáritas

A Cáritas Brasileira deu início ao projeto-piloto “Cozinhas Solidárias Sustentáveis”, uma iniciativa que alia segurança alimentar, transição energética e justiça social. Com financiamento da Itaipu Binacional e parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Secretaria-Geral da Presidência, o projeto terá duração de 16 meses e será implementado em sete cozinhas solidárias distribuídas em diferentes regiões do Brasil.

“A gente vem aqui e faz adesão a esse projeto, juntamente com todos vocês, com alegria e gratidão. E arrisco aqui uma receita, três ingredientes principais: prato fundo de esperança, taça cheia de fé e uma xícara cheia de amor”, disse Dom Mário Antônio, arcebispo de Cuiabá (MT) e presidente da Cáritas Brasileira.

Selecionadas por sua diversidade territorial e capacidade de gerar evidências para políticas públicas, essas cozinhas passam a ser espaços de inovação, onde soluções de energia limpa, como biogás e energia solar, substituem fontes fósseis poluentes, a exemplo da lenha e do carvão. Além de promover a autonomia energética local, a proposta incorpora princípios de produção circular, transformando resíduos orgânicos em biogás e biofertilizantes que poderão ser utilizados pelas próprias comunidades.

O projeto vai além da sustentabilidade ambiental, incluindo uma forte dimensão social. Estão previstas rodas de conversa e diagnósticos participativos sobre a divisão do trabalho de cuidado, enfrentamento à violência e promoção da equidade de gênero. Isso porque a maioria das cozinhas solidárias é liderada por mulheres, que assumem tanto a linha de frente no combate à fome quanto os riscos ligados ao uso de energias poluentes.

Foto: Paula Lanza – Cáritas Brasileira

“Combater a pobreza energética é também olhar para as mulheres sob a ótica do cuidado. A jornada de trabalho da mulher é muitas vezes tripla e esse projeto de Cozinhas Comunitárias vai muito além de só produzir alimento, ela quer produzir também uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade”, afirma Janja, durante a apresentação.

Como entidade gestora, a Cáritas Brasileira é responsável pela coordenação nacional, planejamento, monitoramento, execução técnica e sistematização dos resultados. A expectativa é que a experiência gere aprendizados e metodologias capazes de serem replicadas em outras cozinhas solidárias pelo país, subsidiando a formulação de políticas públicas estruturantes.

O projeto começou a se desenhar em 2 de outubro de 2024, quando foi assinado um Protocolo de Intenções entre o MDS, o MME, a Secretaria-Geral da Presidência e a Itaipu Binacional. Desde então, a Cáritas tem articulado junto às cozinhas comunitárias e aos órgãos parceiros a construção da proposta.

O objetivo geral é implantar um modelo inovador que promova a sustentabilidade financeira e ambiental das cozinhas solidárias, integrando tecnologias de energia limpa — como biodigestores e placas solares — a reflexões sobre gênero e trabalho de cuidado.

Ao unir segurança alimentar, transição energética justa e fortalecimento comunitário, as Cozinhas Solidárias Sustentáveis se apresentam como um marco para a construção de um Brasil mais inclusivo, saudável e sustentável.

A assinatura contou com a presença de Janja Lula da Silva, primeira dama, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do ministro de Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Welington Dias, do ministro da Secretária-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, do diretor-geral da Itaipu Binacional, Enio Verri, da diretora-executiva nacional da Cáritas, Valquíria Lima, e da presidente da Abiogás, Renata Isfer.

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