Ouça agora

Notícias

JUBILEU DA ENCARNAÇÃO

Em 2025 celebraremos o Jubileu ordinário da encarnação de Jesus Cristo na história humana. A Bula de proclamação e convocação para a celebração jubilar, traz como o título: “SPES NON CUNFUNDIT”- SNC – (A esperança não decepciona – Rm 5,5). Assim proferiu o Papa Francisco: “Agora chegou o momento de um novo Jubileu, em que se abre novamente, de par em par, a porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus (SNC,6). Cada Jubileu é um dom especial da graça de Deus e, em particular, pela indulgência plenária jubilar, expressão plena da misericórdia de Deus. Jubileu vem de “Yobel”, que literalmente significa chifre de carneiro, que era tocado para demarcar o início do ano do Jubileu.

De acordo com livro do Levítico 25,9, a trombeta deveria ser tocada em todo País no décimo dia do sétimo mês após transcorrerem sete sábados de anos, isto é, 49 anos. Assim, no 50º ano deveria ser anunciado como um ano jubilar. O ano jubilar bíblico, impedia o acúmulo das terras nas mãos dos ricos latifundiários e retirava pessoas e famílias da miséria, do processo de pauperização e da consequente escravidão. Propunha o perdão das dívidas e libertação dos escravos. O jubileu bíblico tinha, também, o papel de recordar a soberania e o Senhorio perpétuo do Senhor sobre o seu povo e suas terras. Porquanto, segundo a Bíblia, a terra pertence a Deus e é considerada dádiva Divina. Por isso, a terra deve ser partilhada: terra de Deus, terra de irmãos!

Assim, o ano jubilar contribuía para que entre os Israelitas não houvessem exploração e escravização dos mais pobres. Todas as terras entravam em repouso e deveriam retornar para o seu proprietário (Lv 25, 10.13) e os membros do povo que foram obrigados, por causa da pobreza, a se venderem como escravos, eram libertados. Três elementos caracterizam a essência do ano Jubilar na Bíblia: A Liberdade pessoal, a restituição da propriedade, e a fé num Deus misericordioso e providente que restaura tudo em seu Filho: Jesus Cristo.

O sublimíssimo prólogo do evangelho de João afirma: “No princípio já existia o Verbo, e o verbo estava com Deus e o Verbo era Deus… e o verbo fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1, 1.14-18). Trata-se de um texto admirável que traz a síntese de toda a fé cristã. Cremos firmemente que o Verbo é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que existe junto do Pai e do Espírito Santo desde toda a eternidade, de forma inseparável, inconfundível e imutável. Jesus é a sabedoria de Deus encarnada. Afirmou Santo Agostinho: “O Pai é a corda vocal, o Espirito Santo o sopro Divino e o Filho, a palavra eterna do Pai feita homem”. O tema do Jubileu da encarnação é: “Peregrinos de esperança”. A esperança compõe, juntamente com a fé e a caridade, as “virtudes teologais”, que exprimem a essência da vida cristã.

Nossa esperança se fundamenta na fé. Ela nasce e funda-se no amor do Coração do Senhor Jesus, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é obra do espírito Santo. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Esta imprevisibilidade do futuro, geram medo, desânimo e dúvidas. É Por isso, que encontramos pessoas tristes e desanimadas, que olham para o futuro com ceticismo, desconfiança e pessimismo.

Que a celebração do Jubileu seja, para todos, ocasião para reanimar a esperança! De esperança em esperança, sempre na esperança! Sejamos semeadores de esperança. Finalmente, a celebração jubilar é marcada por peregrinações. A peregrinação é um elemento fundamental de todo evento jubilar. “Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida, A peregrinação a pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço e da essencialidade” (SNC, 5).

Na arquidiocese teremos quatro santuários para peregrinações: Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus (Centro), Santuário Nossa Senhora Auxiliadora, contíguo ao Colégio S. Gonçalo, Santuário João Paulo ll (Morada do Ouro) e Santuário Nossa Senhora da Salette (Várzea Grande).

Pe. Deusdédit é sacerdote Diocesano e Cura da Catedral de Cuiabá

Autor:

Compartilhar: